OUTUBRO ROSA

OUTUBRO ROSA

Outubro Rosa, mês de prevenção do Câncer de Mama

 

Iniciamos o mês mais rosa do ano em que ações são criadas mundialmente para destacar a importância da prevenção do câncer de mama. No Brasil a data ganhou destaque no início dos anos 2000.

Durante o mês vamos trazer informações e ações em apoio à prevenção e às mulheres que já enfrentaram ou estão enfrentando a doença.

Conversamos com a  Dra. Cláudia Bordignon - Médica Oncologista que nos tirou várias dúvidas, acompanhe.

 

 

  • Quais as possíveis causas da doença?

 

Não há uma causa específica para se desenvolver o Câncer de Mama na maioria das vezes. Alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver o câncer são a idade mais avançada, obesidade, uso de álcool, tabagismo, história familiar de Câncer de Mama ou de alguma mutação genética hereditária, uso de medicamentos de reposição hormonal contendo estrogênio ou progesterona.

 

  • Existe a propensão genética como causa da doença?

 

Sim, existem algumas mutações genéticas que aumentam o risco de surgimento de Câncer de Mama, principalmente em mulheres mais jovens. Isso acontece em até 10% das pacientes e a mutação mais comum aqui no Brasil é dos genes BRCA. No caso de história familiar de Câncer de Mama ou outros tumores, é importante sempre que se converse com o seu médico sobre seus riscos e necessidade de investigação de mutações genéticas.

 

  • Esse tipo de tumor pode causar metástase?

 

Sim, ele pode se espalhar para outros órgãos. Por isso é importante realizar o diagnóstico precoce da doença, para evitar as metástases.

 

  • Há alguma característica especial nesse quadro da doença? 

 

Na doença inicial a paciente pode sentir um nódulo ou caroço na mama e, às vezes, na axila. É importante que nesse momento ela seja examinada por um médico que vai determinar se essa alteração precisa ser investigada com outros exames.

 

  • Existe a chance de cura?

 

Sim, para as pacientes em que a doença está localizada só na mama e na axila, há chance de cura. Essa chance é maior quanto menor for o tumor no diagnóstico, por isso o diagnóstico precoce é tão importante.

 

  • Como é o tratamento?

 

O tratamento depende do tamanho do tumor ao diagnóstico e do tipo de tumor de mama encontrado. Pode ser necessária cirurgia de retirada de parte ou de toda a mama, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia (para aqueles tumores que dependem de hormônios femininos para crescer).

 

  • Quais os principais medicamentos utilizados?  Quais os principais efeitos colaterais deles?

 

Os principais tratamentos medicamentosos utilizados são quimioterapia e hormonioterapia. A quimioterapia tem entre seus principais efeitos colaterais a queda de cabelo, enjoos, cansaço e redução das células de defesa do corpo, o que pode facilitar as infecções. A hormonioterapia pode causar ondas de calor, como na menopausa, alterações vaginais, alterações de humor e osteoporose. 

 

  • É possível evitar os efeitos colaterais? Se eles aparecerem, como proceder?

 

Sim, alguns efeitos colaterais podem ser evitados. Para prevenir a queda de cabelo causada pela quimioterapia já existe um dispositivo chamado touca hipotérmica, presente em alguns serviços de oncologia. Alguns medicamentos para evitar enjôos também podem ser utilizados. Manter uma boa alimentação e hidratação, assim como a prática de atividades físicas durante o tratamento, auxiliam na recuperação das pacientes. Caso algum efeito colateral apareça durante o tratamento, é importante sempre conversar com o seu médico, que vai poder indicar a melhor forma de lidar com esse sintoma.

 

  • Quanto tempo deve durar o tratamento aproximadamente?

 

Depende do tamanho e do tipo de tumor diagnosticado. A quimioterapia pode durar de 3 a 6 meses. A hormonioterapia, quando necessária, pode durar de 5 a 10 anos. 

 

  • Quais cuidados que o paciente deve tomar durante o tratamento?

 

A paciente deve manter-se sempre bem alimentada e hidratada. Se possível, realizar alguma atividade física. Outros cuidados específicos podem ser indicados conforme o tratamento realizado.

 

  • Quais os cuidados com a pele, cabelos e unhas durante e depois do tratamento?

 

Durante o tratamento, alguns medicamentos podem causar perda de cabelo ou deixá-lo mais quebradiço. A pele pode ficar mais seca e as unhas também podem ficar mais quebradiças e até mudarem de cor. Hidratar bem o corpo durante o tratamento é importante. Para a queda de cabelo, o uso de touca hipotérmica durante a quimioterapia pode evitar a perda. Todas as alterações que forem detectadas durante e após o tratamento devem ser discutidas com o médico, que vai poder indicar a melhor forma de lidar com esse sintoma.

 

  • Existe risco de a doença voltar?

 

Infelizmente sim. E o risco é maior quanto maior o tumor ao diagnóstico. Por isso o diagnóstico precoce é muito importante.

 

  • É necessário considerar também um tratamento psicológico?

 

Sim, o ideal é que as pacientes durante o tratamento tenham acesso a uma equipe multidisciplinar, composta de psicólogo, nutricionista, enfermeiro e fisioterapeuta. Com isso o tratamento torna-se muito mais fácil e os efeitos colaterais são mais bem manejados. 

 

  • Tu acreditas que continuar se cuidando (cuidar da pele, do cabelo, usar uma maquiagem, colocar uma roupa bonita) é importante para passar por esse processo?

 

Eu acredito que as mulheres em tratamento para Câncer de Mama podem fazer o que quiserem e se sentirem à vontade durante este período. Trabalhar, praticar esportes, namorar, se maquiar, ir a festas (quando acabar a pandemia!). Cada vez mais é possível controlar os efeitos do tratamento e melhorar a qualidade de vida. A vida não acaba com o diagnóstico de câncer. E ela também não para. É importante seguir vivendo ela, mesmo com algumas mudanças no caminho. E se for preciso, a equipe que atende a paciente pode auxiliar neste processo.

 

  • O paciente precisa mudar seu estilo de vida?

 

Hábitos de vida mais saudáveis são importantes independente do câncer, como evitar álcool em excesso, parar de fumar e alimentar-se de forma mais equilibrada. Alguns estudos já nos mostraram que a prática de atividades físicas e manter o peso adequado aumentam a chance de cura das pacientes, além de evitarem outras doenças.

 

  • O que esperar da vida após o tratamento?

 

Após o tratamento, as pacientes passam por um período de seguimento médico, com consultas mais frequentes, a cada 3 a 6 meses, por até 5 anos. Durante e após este período as pacientes podem seguir com a vida como ela era antes do diagnóstico de câncer ou podem se reinventar e descobrir novos interesses. O mais importante é entender que o câncer e seu tratamento foram uma fase da vida e que depois de tudo isso é essencial retomar as rédeas dela! 

 

Agradecimento,

Dra Cláudia Bordignon

Médica Oncologista do Hospital Moinhos de Vento e do Instituto de Oncologia Kaplan



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